Malefícios do vape e riscos para jovens

Malefícios do vape: entenda os riscos para jovens e adolescentes

Nos últimos anos, Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), também conhecidos como cigarros eletrônicos, vape, pod, ecigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar, heat not burn (tabaco aquecido), entre outros¹ se tornaram mais populares, principalmente entre adolescentes e adultos jovens².

Isso acontece devido à curiosidade, ao sabor e cheiro, e à percepção de menor perigo em comparação a outros produtos do tabaco.²

Mas será que "vapear" é realmente seguro? Quais são os impactos dessa prática na saúde física e mental de quem adere a este hábito?

É sobre isso que falaremos neste artigo. Mas, para começar, logo abaixo já respondemos uma das perguntas mais comuns sobre o assunto:

Vape faz mal?

Sim. O vape, ou cigarro eletrônico, pode causar diversos prejuízos à saúde. Porém, como estes produtos são relativamente recentes, ainda não houve tempo para estudos em médio e longo prazo.²

A curto prazo, o uso dos dispositivos eletrônicos tem provocado lesões pulmonares graves (EVALI - da sigla em inglês para ecigarette or vaping product use-associated lung injury), como tem sido documentado nos EUA.²

Também é importante ressaltar que os DEFs podem levar à dependência de nicotina e à inalação de diversas outras substâncias tóxicas presentes no tabaco, aquecidas no e-líquido. A longo prazo, isso pode causar uma série de doenças, como câncer, doenças pulmonares (asma, DPOC) e complicações cardiovasculares.²

Por que o uso do vape cresceu entre os jovens?

As apresentações tecnológicas e o vapor "lúdico" emitido pelos vapes têm um grande apelo entre adolescentes e jovens adultos. Além disso, há também os atrativos dos sais de nicotina e os diferentes sabores disponíveis para os dispositivos. ²

Essa junção de fatores eleva o risco de iniciação ao tabagismo, com chance do desenvolvimento de uma maior dependência à nicotina.²

Inclusive, um estudo recente revela que os jovens foram quatro vezes mais propensos a experimentar cigarros e três vezes mais propensos a fumar se eles usaram cigarros eletrônicos anteriormente.

Vale lembrar que, segundo a Anvisa,¹ a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas no Brasil desde 2009. Porém, apesar da proibição da venda dos DEFs, o seu uso não é banido, ainda que se recomende fortemente a não utilização.³

Comparação com cigarro tradicional

O cigarro tradicional e os DEFs possuem mecanismos diferentes de funcionamento:

• Cigarro tradicional: gera fumaça a partir da queima do tabaco, o que é prejudicial para a saúde, uma vez que essa fumaça gerada tem propriedades cancerígenas e capazes de causar danos aos tecidos dos órgãos do corpo humano, além de possuir elementos inflamatórios.⁴

• DEFs: funcionam à base de uma bateria que aquece uma solução líquida, produzindo um vapor ou aerossol que é inalado pelo usuário. Essa solução é composta principalmente por nicotina, propilenoglicol ou glicerol e aditivos de sabor. Estes produtos também possuem substâncias cancerígenas com potencial explosivo, metais pesados, além de produtos utilizados na indústria alimentícia.⁴

Outra grande diferença entre o cigarro tradicional e os DEFs é que quem fuma um maço de cigarros dá cerca de 200, 250 tragadas no dia. Já no fumo eletrônico, em média, não se dá menos de 500, 600 ou até 1.500 tragadas diárias.⁵

Malefícios do vape para a saúde

Os efeitos do vape estão sendo associados a diversos prejuízos na saúde. Abaixo citaremos alguns que chamam a atenção.

Impactos nos pulmões, coração e dependência²

• Dependência: os usuários de cigarros eletrônicos que contêm nicotina apresentam um elevado risco de se tornarem dependentes. Embora os e-líquidos dos cigarros eletrônicos sejam comercializados com e sem nicotina, uma pesquisa mostrou que 99% de todos os produtos para cigarro eletrônico vendidos em lojas nos Estados Unidos continham nicotina.

• Câncer, devido à exposição a produtos carcinogênicos: o e-líquido pode conter solventes, concentrações variadas de nicotina, água, essências flavorizantes, inúmeros aditivos e metais pesados. Muitas dessas substâncias são classificadas como citotóxicas e carcinogênicas pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).

• EVALI: 95% dos pacientes diagnosticados com EVALI apresentaram sintomas respiratórios, como tosse, dor no peito e falta de ar. 77% apresentaram sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náusea, vômito e diarreia. Os sintomas foram acompanhados por febre, calafrios e perda de peso em 85% dos pacientes. Em 95% dos casos houve necessidade de internação hospitalar por insuficiência respiratória.

• Outras lesões pulmonares: como pneumonite, asma e DPOC.

• Complicações cardiovasculares

• Maior chance de fumar também o cigarro convencional no futuro, o que pode potencializar os danos à saúde.

- Veja também: Motivos para largar o cigarro hoje mesmo

O que pais e educadores podem fazer

Falar sobre o vape é essencial, e a forma como essa conversa acontece pode fazer toda a diferença.

Comunicação aberta e abordagem sem julgamento⁶

Pais e educadores podem oferecer o seu apoio na prevenção ao tabagismo, seja ele com o cigarro tradicional ou o vape.

Quando a conversa é com jovens que ainda não tiveram contato direto com o cigarro, é importante ter um diálogo franco, explicando quais são os riscos e por que não seguir por esse caminho.

Além disso, vale lembrar que o exemplo em casa faz toda a diferença. Afinal, familiares que fumam podem influenciar desde cedo a dependência das próximas gerações.

O ideal é evitar que o primeiro cigarro seja aceso. Porém, caso isso já tenha acontecido, é hora de ajudar o jovem a não continuar com esse hábito. Para isso, os familiares podem buscar entender o que motivou essa atitude e, então, traçar estratégias de apoio para fazê-lo parar.

Vape sem nicotina é seguro?⁷

Não. A indústria do tabaco lançou a versão dos DEFs sem nicotina. Portanto, muitos acreditam que, sem essa substância, o cigarro eletrônico pode causar menos danos.

A Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) advertiu que muitos dispositivos contêm substâncias não rotuladas, inclusive nicotina. Aliás, quase todos os sites que vendem cigarros eletrônicos não revelam a lista completa das substâncias presentes nos dispositivos. Dessa forma, é impossível saber a composição exata dos produtos consumidos.

Seja como for, os cigarros eletrônicos não são saudáveis. A nicotina é o que os torna viciantes, mas o malefício à saúde vem das diversas substâncias presentes na fumaça, como propilenoglicol, glicerina, aldeídos, metais voláteis, entre outras substâncias nocivas e algumas cancerígenas.

Então, mesmo sem nicotina, o vape não é seguro.

Dicas para ajudar jovens a abandonar o uso do cigarro eletrônico⁸

Por ser um produto relativamente novo no mercado, ainda não existe certeza de que para largar o cigarro eletrônico a pessoa precisa necessariamente seguir os mesmos passos do cigarro tradicional. Porém, é importante buscar o acompanhamento psicológico, caso disponível, para ajudar o usuário a entender o que está levando-o ao hábito de fumar.

Além disso, durante o acompanhamento, é importante que a pessoa entenda quais são os malefícios do cigarro eletrônico. Vale reforçar que esse dispositivo faz tanto mal quanto o cigarro tradicional, e não possui eficácia comprovada para a cessação do tabagismo.

Conversar, orientar e informar: o caminho contra os malefícios do vape

O uso do cigarro eletrônico está longe de ser inofensivo. Por trás do design moderno e dos sabores agradáveis, há riscos reais que precisam ser discutidos com franqueza e empatia. Se você está enfrentando essa situação com um filho, aluno ou paciente, saiba que não está sozinho. A informação é um dos caminhos mais eficazes para promover escolhas mais conscientes.

Perguntas Frequentes

BR-43524. Este material é de propriedade exclusiva da AstraZeneca Brasil. Material destinado ao público geral. Ago/2025.

Referências:

1. Referências: 1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Cigarro eletrônico - Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/tabaco/cigarroeletronico. Acesso em: 25/08/2025.

2. ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB). Cigarros eletrônicos. O que já sabemos, o que precisamos conhecer? Disponível em: https://amb.org.br/wpcontent/uploads/2021/05/Afinal_o_que_sao_os_cigarros_eletronicos.pdf. Acesso em 25/08/2025.

3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Cigarro Eletrônico. 14 jun. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/ptbr/acessoainformacao/perguntasfrequentes/tabaco/cigarro-eletronico. Acesso em 25/08/2025.

4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Os cigarros eletrônicos são tão nocivos quanto os convencionais. 24 mai. 2022 Disponível em: https://www.gov.br/saude/ptbr/assuntos/saudebrasil/eu-quero-parar-de-fumar/noticias/2022/os-cigarros-eletronicos-sao-tao-nocivos-quanto-os-convencionais. Acesso em 25/08/2025.

5. JORNAL DA USP. Vape passa falsa sensação de segurança, mas é mais danoso à saúde que o tabaco. 18 abr. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/vapepassa-falsa-sensacao-de-seguranca-mas-e-mais-danoso-a-saude-que-o-tabaco/. Acesso em 25/08/2025.

6. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Tabagismo na adolescência: como prevenir? 13 dez. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/euqueroparar-de-fumar/noticias/2021/tabagismo-na-adolescencia-como-prevenir. Acesso em 25/08/2025.

7. Ministério da Saúde do Distrito Federal. DÚVIDAS MAIS FREQUENTES SOBRE OS DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS PARA FUMAR Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/0/DAS_DUVIDAS_MAIS_FREQUENTES_SOBRE_DISPOSITIVOS_ELETRONICOS_PARA_FUMAR+%281%29.pdf/58bda39b3461-4f1a-db69-0fb3f9324a48?t=1678889950599. Acesso em 25/08/2025.

8. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Quero parar de usar o cigarro eletrônico. O que fazer? 09 fev. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saudebrasil/euquero-parar-de-fumar/noticias/2023/quero-parar-de-usar-o-cigarro-eletronico-o-que-fazer. Acesso em 25/08/2025.