Voltar para o topo

Testar para tratar: a medicina de precisão como caminho para vencer o câncer de mama

Nos últimos anos, avanços importantes aconteceram nos estudos referentes ao câncer de mama, principalmente no que diz respeito a cirurgias menos invasivas, assim como a busca da individualização do tratamento¹.

Ao receber um diagnóstico de câncer, é importante ponderar os benefícios e riscos de cada opção terapêutica com o seu médico. Existem vários tipos de tratamentos para o câncer de mama que dependem do subtipo e do estágio da doença², como cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e hormonioterapia.

Atualmente, há um crescente investimento em pesquisa na medicina personalizada, que busca customizar a prática médica com foco no indivíduo, baseando-se na utilização de testes genéticos, identificação de biomarcadores (proteínas, genes e outras moléculas que influenciam como as células cancerígenas crescem, se multiplicam, morrem e respondem ao tratamento) e desenvolvimento de medicações alvo³. Assim, a medicina personalizada promete oferecer, na dose exata e no momento certo para o paciente certo, tornando a prática médica mais eficiente4.

Testes genéticos como aliados da medicina de precisão

Os testes genéticos são frequentemente usados pela medicina de precisão, de modo a identificar possíveis alvos terapêuticos com potencial para uso de medicamentos específicos que podem ser mais efetivos no tratamento do câncer, inclusive, alguns deles analisam o perfil molecular de genes associados com risco hereditário de câncer (conhecidos como painel germinativo ou hereditário).

 

O que se espera do teste genético?

Neste exame é possível identificar se uma paciente apresenta risco pessoal de desenvolver o câncer de mama ou outros tipos de tumores ao longo da vida. Cerca de 10% de todos os casos de câncer de mama são hereditários, sendo a Síndrome de câncer de mama e ovário hereditário (HBOC, na sigla em inglês), associada a mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, a mais prevalente5.

 

Como funciona o teste genético?

O teste genético é feito para ajudar os médicos a tomarem decisões sobre o tratamento contra o câncer e potenciais implicações para suas famílias.

Diferentes testes podem ser recomendados, dependendo do subtipo e estágio do tumor.

Confira mais informações no infográfico abaixo.

 

 

 

Você sabia que conhecer o status do gene BRCA pode impactar na decisão terapêutica?

Atualmente, a identificação de pacientes portadores dessas alterações genéticas é fundamental, pois não só pode ser extremamente útil para guiar o tratamento clínico-cirúrgico de pacientes acometidos por tumores, como também pode orientar estratégias personalizadas de rastreamento e de redução de risco para portadores assintomáticos que fazem parte da mesma família.6-12

Erros de replicação e danos no DNA acontecem nas células de nossos corpos durante o tempo todo. Mas na maioria dos casos, eles não causam câncer, ou mesmo mutações. Isto porque eles geralmente são detectados e corrigidos por mecanismos de revisão do DNA e correção.

 

Conhecer o status mutacional pode mudar o tratamento de câncer de mama! Empodere-se, cuide-se. Converse com seu médico.

#ConhecerParaVencer

 

Fontes:
¹ SLEDGE, G. W.; MAMOUNAS, E. P.; HORTOBAGYI, G. N.;  BURSTEIN, H. J.; GOODWIN, P. J.; WOLFF, A. C.. Journal of Clinical Oncology, 2014, 32:19, 1979-1986. Disponível em:  https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.2014.55.4139. Acesso em: 19 jul 2022.
² ONCOGUIA. Tratamentos do Câncer de Mama. In: Oncoguia. Disponível em: <http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamentos/15/12/>. Acesso em: 19 jul. 2022.
³  IRIART, J.A.B. Medicina de precisão/medicina personalizada: análise crítica dos movimentos de transformação da biomedicina no início do século XXI. In: Cad. Saúde Pública 35 (3),  2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00153118>. Acesso em: 19 jul. 2022.
  1. HOOD, L.; FRIEND, S.H. Predictive, personalized, preventive, participatory (P4) cancer medicine. Nat Rev Clin Oncol 2011; 8:184-7.
5 IGENOMIX. Terapias-alvo para câncer de mama avançado têm a medicina de precisão como aliada. In: Ingenomix. Disponível em: <https://www.igenomix.com.br/press-and-news/terapias-alvo-para-cancer-de-mama-avancado-tem-a-medicina-de-precisao-como-aliada/>. Acesso em: 19 jul 2022.
6 AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde 2018. Disponível em: <http://ans.gov.br/ images/stories/Plano_de_saude_e_Operadoras/Area_do_ consumidor/rol/2018/AnexoI_Rol-2018_Ok.pdf>. Acesso em: 19 jul 2022.
7 Copson ER, Maishman TC, Tapper WJ, et al. Germline BRCA mutation and outcome in young-onset breast cancer (POSH): a prospective cohort study. Lancet Oncol. 2018;19(2):169-80.
8 Robson M, Im S, Senkus E, et al. Olaparib for metastatic breast cancer in patients with a germline BRCA mutation. N Engl J Med. 2017;377(6):523-33.
9 Tutt A, Tovey H, Cheang MCU, et al. Carboplatin in BRCA1/2--mutated and triple-negative breast cancer BRCA ness subgroups: the TNT Trial. Nat Med. 2018;24(5):628-37.
10 GUINDALINI, R.S.C..; ZHENG, Y., ABE H, et al. Intensive surveillance with biannual dynamic contrast-enhanced magnetic resonance imaging downstages breast cancer in BRCA1 mutation carriers. Clin Cancer Res. 2019;25(6):1786-94.
11 LUDWIG, K.K.; NEUNER, J.; BUTLER, A., et al. Risk reduction and survival benefi t of prophylactic surgery in BRCA mutation carriers, a systematic review. Am J Surg. 2016;212(4):660-9.
12 PHILLIPS, K.A;  MILNE, R. L., ROOKUS M.A., et al. Tamoxifen and risk of contralateral breast cancer for BRCA1 and BRCA2 mutation carriers. J Clin Oncol. 2013, Sep 1; 31(25): 3091-9.